quarta-feira, 12 de maio de 2010

Explosão em mina na Rússia pode ter sido causada por erro humano, diz Putin



Número de mortos chega a 52; investigadores consideram duas hipóteses para explicar o acidente

MOSCOU - O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira, 11, que as autoridades estão investigando um possível erro humano como causa da explosão em uma mina no oeste da Sibéria que deixou, até o momento, 52 mortos. As equipes ainda tentam resgatar mais de 30 mineiros presos no local, segundo informações do jornal ameicano New York Times.

As autoridades russas estudam como o gás metano se elevou a níveis tão perigosos em uma mina com equipamentos de segurança tão modernos. Segundo alguns dos mineiros resgatados, houve uma primeira explosão e, quatro horas depois, uma outra detonação atingiu o local.

Um oficial próximo das investigações disse à agência RIA-Novosti que as autoridades consideram duas teorias - interferência no equipamento de segurança ou falhas nesses dispositivos. Sergei Shoigu, ministro de Situações Emergenciais, considera ainda que o gás entrou em contato com a poeira de carvão e gerou a explosão.

"Eu, sinceramente, compartilho das dores. Não estou falando da parte formal da tragédia. Eu simplesmente quero que vocês entendam que não estão sozinhos", disse Putin aos familiares das vítimas.

Shoigu disse ao presidente russo, Medvedev, que os corpos retirados da mina estavam tão desfigurados que ele tinha "cada vez menos esperanças de encontrar alguém vivo". Pelo menos 18 dos mortos eram membros das equipes de resgate que ficaram presos nos túneis entre a primeira e a segunda explosões.

Centenas de mineiros conseguiram deixam o local de escavações depois da primeira explosão. A segunda detonação, ocorrida quatro horas depois, rompeu o duto de ventilação central. Essa pode ser a pior tragédia da mineração russa desde 2007, quando 110 mineiros morreram por conta de uma explosão de gás metano no mesmo local.

Fonte Site Estadao

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Empresa que causou vazamento de petróleo furou além do limite, acusa grupo


Advogados que representam grupos ambientalistas, pescadores e funcionários da empresa petroleira BP acusam a companhia de ter perfurado poços a profundidades acima do permitido pelo governo dos EUA.

A explosão de uma plataforma da empresa, há 15 dias, causou o vazamento de óleo que ameaça a costa sul do país.

A exploração estaria acontecendo a quase 7.000 m de profundidade, enquanto a permissão de exploração só valeria até pouco mais de 6.000 m. Além disso, a empresa teria deixado de instalar uma válvula de segurança que poderia ter estancado o vazamento.

"A companhia aceitou correr o risco de não colocar a válvula para poder economizar", disse Mike Papantonio, um dos advogados dos pescadores da região do golfo do México.

"A alegação sobre a profundidade permitida está factualmente incorreta", rebateu Andrew Gowers, porta-voz da BP. Segundo ele, a empresa estava alcançando a profundidade máxima de 5.600 m, dentro dos limites permitidos. Sobre a válvula, ele declarou que prefere esperar os resultados da investigação sobre o vazamento.

Tempo melhor

As tentativas de deter o derramamento de petróleo no golfo ficaram um pouco mais fáceis ontem, quando o mar agitado que atrapalhava os trabalhos se tornou mais calmo.

A BP relatou estar tendo sucesso num método de combate ao vazamento, que consiste em usar um submarino operado por controle remoto para borrifar substâncias chamadas dispersantes no óleo.

Tais substâncias ajudam a "quebrar" quimicamente o petróleo conforme ele deixa os poços, o que diminui a quantidade que chega à superfície.

As últimas imagens de satélite da mancha de óleo, feitas na noite de domingo passado, indicam que ela encolheu de 8.800 km2 para 5.200 km2, mas isso significa apenas que parte do combustível acabou indo parar debaixo d'água.

A BP também está testando outras possíveis armas contra o problema. Uma das estratégias é a construção de um domo de contenção, da altura de um prédio de quatro andares e com 70 toneladas, que a empresa planeja usar como "rolha" em um dos três vazamentos. Depois, o petróleo seria bombeado através do domo, rumo à superfície, para ser aproveitado.

Outro plano envolve a colocação de uma válvula de fechamento num dos locais onde o petróleo está vazando, mas o mau tempo tinha atrapalhado essa operação até anteontem.

O efeito ambiental do desastre ainda não está claro. Especialistas examinaram 29 exemplares da tartaruga-marinha ameaçada Lepidochelys kempii, os quais chegaram mortos às praias do Estado do Mississipi nos últimos dias, e não acharam sinais de petróleo nos répteis. A pesca na região, no entanto, já está totalmente paralisada pelo acidente.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Mancha de petróleo nos EUA triplicou nos últimos dias, dizem cientistas


A mancha de petróleo que atinge o Golfo do México e a costa do sul dos Estados Unidos triplicou de tamanho nos últimos dias e já mede mais de 200 km, segundo análise de imagens de satélite feita por cientistas da Universidade de Miami.



Ventos fortes e águas agitadas estão dificultando os trabalhos para controlar a mancha, provocada por um vazamento ocorrido depois que uma plataforma de perfuração de petróleo explodiu e afundou no mar.


Acredita-se que o equivalente a até 5 mil barris de petróleo estejam vazando para o mar a cada dia, desde o desastre, na semana passada.


A Guarda Costeira tenta conter o avanço da mancha usando milhares de metros de barreiras absorventes colocadas no mar do Golfo do México, mas as marés estão empurrando a barreira para a costa.


O mau tempo ainda impediu a ajuda de embarcações pequenas e de aviões militares, destacados para pulverizar substâncias químicas que ajudam a dispersar o petróleo.


Visita de Obama


No domingo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve visitar a costa do Estado da Louisiana, o primeiro a ser atingido pela mancha, na sexta-feira. Flórida, Mississippi e Alabama também estão ameaçados e já declararam estado de emergência.


O presidente da British Petroleum (BP), Tony Hayward, que operava a plataforma também deve visitar a costa da Louisiana no domingo.


A empresa britânica vem sendo fortemente criticada pela maneira como respondeu ao incidente, inclusive por Obama, que disse que a BP "é, em última análise, a responsável pelo pagamento dos custos da limpeza e das operações".


"Mas estamos preparados para cumprir nossa responsabilidade em todas as comunidades afetadas", completou o presidente.


A empresa disse que já começou a usar substâncias dispersantes debaixo d'água, em uma tentativa de interromper o vazamento em sua fonte.


A BP afirmou ainda que despachou veículos operados por controle remoto para tentar fechar a válvula submarina por onde está saindo o petróleo, mas ainda sem sucesso.


Neste sábado, duas plataformas de exploração de gás natural interromperam seus trabalhos, e uma delas foi evacuada, "por medida de segurança".


Autoridades acreditam que este pode se tornar o pior desastre ambiental da história americana.


As áreas pantanosas da costa da Louisiana abrigam centenas de espécies de animais selvagens, além de servirem para a indústria da pesca. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC

BP promete limpar vazamento de petróleo na costa dos EUA


da BBC Brasil

A petroleira britânica British Petroleum (BP) reconheceu a responsabilidade pela limpeza do vazamento de petróleo de uma plataforma que afundou na costa sul dos Estados Unidos, o que gerou uma enorme mancha no Golfo do México.

O diretor-executivo da companhia, Tony Hayward, está no Estado da Louisiana para supervisionar a operação de limpeza e disse ao programa Good Morning America, do canal americano ABC, que a BP não era responsável pelo acidente, mas aceitava realizar a limpeza da região.

Obama diz que BP vai ter que "pagar a conta" do desastre na Louisiana
BP diz que estrutura de contenção de vazamento fica pronta em até 8 dias
Guarda Costeira dos EUA intensifica operações
Mancha de petróleo no golfo já triplicou de tamanho

"Este acidente não foi nossa culpa. Esta era uma plataforma de perfuração operada por outra companhia. Foram os seus funcionários, seus sistemas e seus processos. Não somos responsáveis pelo acidente, mas somos responsáveis pelo petróleo, por lidar com ele e pela limpeza", afirmou.

Hayward acrescentou que está trabalhando com a possibilidade de precisar de dois a três meses para limpar a mancha de petróleo, que já atingiu pontos da costa americana.

Obama

A plataforma, que pertence à empresa suíça Transocean e estava sendo operada pela British Petroleum (BP), explodiu no dia 20 de abril e afundou na quinta-feira seguinte, depois de ficar dois dias em chamas.

No domingo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, visitou a cidade de Venice, na Louisiana, a primeira a ser atingido pela mancha, para acompanhar os trabalhos de contenção do petróleo.

Obama responsabilizou a BP, que operava a plataforma, pelo desastre e pelo vazamento.

"A BP vai pagar a conta", afirmou.

De acordo com Obama, o vazamento é um desastre ambiental "potencialmente sem precedentes".

Custos e ações

Especialistas afirmam que o custo da operação de limpeza poderá chegar aos bilhões de dólares.

A BP, por sua vez, afirmou que vai atender aos pedidos legítimos de indenizações das pessoas afetadas pelo vazamento.

Em várias entrevistas nesta segunda-feira, Tony Hayward afirmou que a BP está fazendo tudo o possível para limpar a mancha.

Hayward afirmou que um sistema de contenção submarino foi criado e deverá ser colocado no local dentro de uma semana para conter o vazamento de petróleo e canalizá-lo para um petroleiro, na superfície.

Nesta segunda-feira, as ações da BP caíram ainda mais em meio às dúvidas quanto à quantidade de petróleo está sendo perdida e ao custo da operação de limpeza, que pode ser muito maior do que o inicialmente previsto.

O mercado financeiro britânico está fechado nesta segunda-feira, mas as ações da BP em Frankfurt abriram com uma baixa de 8% e apenas depois recuperaram parte das perdas.

Desde o acidente, as ações da gigante do setor já registraram queda de 13%.